Homem segurando um laço

O que a higiene corporal tem a ver com o câncer de pênis?

O assunto é saúde do homem e, a cada ano, graças a campanhas de conscientização, os cuidados preventivos com a saúde masculina de um modo geral vêm ganhando força,  conforme explica o médico urologista, Dr. João Paulo da Cunha (CRM/SP 108.570). “Culturalmente, os homens buscam menos a saúde preventiva do que as mulheres; há uma resistência do público masculino em realizar consultas de rotina. Nesse contexto, campanhas de conscientização amplas têm ajudado sobremaneira na conscientização, pois é na consulta anual com o urologista que, além da realização do exame de toque retal e da solicitação do PSA sanguíneo, que aproveitamos para avaliar a existência ou não de patologias como diabetes, hipertensão arterial, disfunção erétil, depressão, entre outras”, explica o especialista.

O câncer de próstata, por exemplo, é o segundo tipo mais comum de neoplasia entre os homens. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se 71.730 mil novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025, correspondendo a um risco estimado de 67,86 casos a cada 100 mil homens.

Os principais fatores de risco para o câncer de próstata são a idade, o histórico familiar, obesidade, má alimentação, uso excessivo de cigarros e bebidas alcoólicas.

Entretanto, um outro tipo de neoplasia, também exclusivo do sistema reprodutor masculino, tem chamado a atenção: o câncer de pênis. E, voltando à pergunta que titula esta matéria: o que a higiene corporal tem a ver com o câncer de pênis? A resposta é bem objetiva: tudo. “A falta de higiene adequada pode levar à acumulação de bactérias e infecções que, se não tratadas, aumentam o risco de desenvolvimento de câncer nessa região, especialmente se o paciente estiver infectado pelo vírus HPV (papilomavírus humano) ou tiver fimose, por exemplo, que é uma condição que impede a higienização completa do pênis”, aponta Dr. João Paulo.

 Segundo dados da sociedade Brasileira de Urologia e do Ministério da Saúde, em 2022, o Brasil registrou 1.933 casos de câncer de pênis e 459 amputações. “Trata-se de uma estatística real e de uma forma clínica que tem chegado aos consultórios médicos, muitas vezes, representada pela presença de secreção com mau cheiro persistente há algum tempo, ou de feridas localizadas na glande, no prepúcio ou no corpo do pênis. Em alguns casos, a amputação geral ou parcial do órgão é inevitável”, alerta Dr. João Paulo.

Os sinais de alerta para o câncer de pênis incluem a presença de feridas persistentes, alterações na cor da pele, dor, inchaço, formação de nódulos e presença de secreção.

Procure o médico especialista – Ao suspeitar de qualquer anormalidade no órgão genital, é fundamental procurar o médico urologista para uma avaliação adequada.

Uma vez confirmado o diagnóstico, o médico discutirá as opções de tratamento, que podem incluir cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, dependendo do estágio e da extensão do câncer.

Cuidados com a saúde em geral também devem ser relembrados ao longo do ano, como a adoção de hábitos saudáveis. A prática de exercícios físicos e uma boa alimentação reduzem a chance de desenvolver obesidade, problemas cardíacos e hipertensão.

O preconceito é outro comportamento que deve ser evitado quando o assunto é saúde. “Já tivemos mais preconceito dos homens com relação aos exames urológicos. Hoje, acredito que já se trata de uma situação muito mais consagrada, mas, ainda precisamos alertar bastante. Os homens precisam se cuidar, pois, toda doença, quando diagnosticada de forma precoce, pode ser tratada com mais facilidade”, conclui o urologista.

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